domingo, 27 de dezembro de 2009

do Grego, Coragem

Foram três ao todo.
Hoje faço as pazes com a história e sigo adiante.
O primeiro, fez um desvio em seu destino, tropeçou em mim e me mostrou o quanto um dia pode ser simplesmente perfeito.
O segundo, me levou a cruzar a fronteira das minhas conquistas e ter coragem.
O terceiro... você me desafiou.
Eu não trançava mais os cabelos nem sonhava mais com dias perfeitos.
eu queria navegar apenas.
"Eu só sei que amei, que amei, que amei... " emprestando as palavras.
E você, sabe?

luz

estranho dizer.
se olho pela janela tudo parece desmoronar e estar por um fio,
mas a luz que guia meus pensamentos estranhamente me diz para seguir em frente.
Pode ser só a dormência do veneno segundos antes da morte,
mas um sopro de ar colore meu sangue,
que pulsa com mais força enquanto piso nas poças d´água que restaram da tempestade.
Visões de futuro emergem de sombras e,
de onde não esperava, surgem os trilhos deste trem.
estranho sentir alegria.
Assim,
a toa.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Bowie

Sorrow

With your long blonde hair
and your eyes of blue
The only thing I ever got from you
was sorrow
Sorrow
You acted funny
trying to spend my money
You're out there playing your high class games of sorrow
Sorrow
You never do what you know you oughta
Something tells me
you're a Devil's daughter
Sorrow, sorrow

I tried to find her
'Cause I can't resist her (I tried to find her)
I never knew just how much I missed her
Sorrow
Sorrow
With your long blonde hair and your eyes of blue
The only thing I ever got from you was sorrow
Sorrow

With your long blonde hair
I couldn't sleep last night
With your long blonde hair

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Eu e Isa, irmãs de longa data.
Este ano, duras e sem vontade de aderir ao consumo desmedido, incorporamos os doces espíritos de Dna Benta e tia Anastácia e tocamos pra cozinha.
Foi completo o serviço: Compras no Saara, pesquisa de receitas e mãos na massa.

Começamos com o domingo e os Bolos.

Como é divertido cozinhar, principalmente em família.
Cozinhar é química, física, paciência, atenção, amor...
Bruxaria elementar!
É na cozinha que a casa vive, onde se contam histórias, onde uma xícara de açúcar e uma mania de simetria se encontram e dão boas risadas.
Posso até dizer que nos divertimos tanto que não ouvimos aquele som melancólico de véspera de segunda-feira.
Bom, o vinho e a caipirinha ajudaram também.

O dia seguinte foi mais tenso, na verdade só pela expectativa da geminiana exigente.

Era o dia da maquiagem.

Aqueles bolinhos de domingo iam ficar coloridos.
Mas a tensão durou pouquíssimo!
Após alguns testes e consultas ao google, a pasta americana foi dominada, os corantes se misturaram e os bolinhos ganharam um blush.


Depois, com confeitos e embalagem, estavam prontos para desejar Feliz Natal aos amigos.

E nós duas aprendemos mais um oficio e nos tornamos mais irmãs que nunca.

Isso é que é espírito de Natal!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Pout pour ri

Mãe, canta?
Canto... "Borboleta pequenina (...) eu sou uma borboleta, pequenina e feiticeira"
Moãããe... por que ela é feiticeira?
(explico inventando...) posso continuar?
Pode
"...borboleta, pequenina e feiticeira, ando"
Moãããe?
O que cora?
Feiticeira é bruxa?
Essa musica é outra, cora.
Mas é má?
Não Cora a borboleta... bla bla bla ...posso voltar a cantar?
Pode.
"...ando no meio das flores procurando quem me queira" Moãããe? Oi Cora... Por que procurando quem queira ela? (Explico inventando)
Posso continuar?
Pode ... Moãããe? Sim? Você a minha vida toda canta essas musicas pra mim?
Claro minha filha! rsrsrs
...e assim foi com duas outras músicas até dormir.
Pelo menos hoje em dia ela não chora mais com a briga do Cravo e da Rosa.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Dezembro

Faltam alguns minutos,
enquanto escrevo, chega Dezembro.
Um balanço rápido avista que o chapéu subiu mais alguns centímetros, e eu continuo na ponta dos pés para alcançá-lo.
Cora cresceu, trabalhei mais do que nunca, gastei o que tinha e o que não tinha equilibrando os pratos.
Alguns cenários mudaram, mas não para melhor.
Outros estão se construindo dia após dia.
Engraçado é que não estou sentindo aquele alívio de chegada.
É claro que a estrada depois dos fogos vai seguir sem tréguas.
Nada de ilusões ou tristeza ou euforia.
Para o ano que vem, alguns desejos.
Quero viajar, trabalhar, dormir, amar, rir, chorar, brincar, desenhar, mais que este ano.
Que venha Dezembro.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Novembro

Não sei o que me dá, depois de voltas e voltas, chego outra vez no mesmo lugar.
Aqui estou eu de frente pra você novamente.
Uma memória volátil que me insulta vez por outra.
Caio mais uma vez nessa armadilha,
desde as ultimas linhas sem eco.
Vamos fugir?
Pelo menos em pensamento.
Onde tudo é permitido.
Onde a clareira se abre e no meio estamos só nós,
onde o vazio é preenchido e o que teria sido, é.
Coragem!
Esta é uma viagem para dois.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quando eu crescer quero ser diferente

Quando eu era criança, gostava do iogurte de maçã.
Aquele que vinha numa cartela com outros quatro de morango e um de coco.
Era único!

Meu sorvete favorito era o de passas ao rum da Kibom.
Eu ainda não conhecia o chocolate amargo.

Eu tinha um urso de dormir.
Ele ainda existe em farrapos guardado no armário.
Condenado coitado.

Chico, Caetano, Bethania, desde sempre.
Pelo menos em alguma coisa nós concordamos.

Robocop? Não, Jacques Tatit.

Passeios de férias ao centro da cidade.
Brincava de pular os degraus do Ministério da Fazenda dois a dois.
Contava os azulejos decorados do painel do MEC.
Me premeditava, um dia vou andar por aqui apressada e importante.
Apressada muito, importante não tanto.
Quando conquistei minha liberdade, foi para o Centro que corri.

Ainda sinto o cheiro daquela cidade e não era o mesmo de hoje.

Casar, eu? De jeito nenhum.
Só se for na praia. Ou num relicário.
Quero morar sozinha.
Carro? Não, moto.
...

Tudo isso porque fui hoje fazer compras.
Lembrei que sempre fui diferente.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

mãe sem mãe

Sinal fechado, a criança de uns dois anos se pendurava pelo braço da mãe mal humorada e chorava muito.
A mulher que deve ter sim seus problemas, ignorava o choro da cria, só puxava-lhe o braço para evitar que ela sentasse na calçada.
A menina não tinha dois anos completos. Estava cansada e queria colo. Só.
Hesitei, sei que mães detestam intervenções extra terrestres ao seu padrão de educação dos filhos.
O sinal abriu, e lá ia a mãe arrastando a menina.
Não me contive, foi demais.
A menina não tinha dois anos completos, na boca escancarada só três dentinhos.
Me ofereci a ajudar e peguei uma pasta que ela carregava e pedi que pegasse a filha.
Ela pegou e, praguejando, anunciou umas palmadas ao chegarem em casa.
Ela provavelmente se sentiu envergonhada, não pelos maus tratos à filha mas, por ter recebido a minha ajuda e os olhares de critica da população que atravessava a Avenida Rio Branco. Descontaria na filha sua frustração.
Nem sei dizer o que me deu vontade de fazer.
Devolvi sua pasta e saí.
Minha consciência implorou que eu acreditasse que ela no fundo era uma boa mãe tendo um dia ruim e me lembrando em letras miúdas que eu não sou a mãe do mundo.
Uma criança tão pequena nem entende por quê a mãe está tão irritada.
Fiquei triste o resto do dia.

domingo, 27 de setembro de 2009

Domingo

dia preguiçoso

arrumando armários entre uma ou outra esticada de costelas.

arrumar a casa é um pouco meditar.

Há que se ter um tanto de desapego,

já q não tenho o closet dos meus sonhos,

evitando a tendência inevitável ao obsessivo

e ignorando o sol e o céu azul do lado de fora.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009



Ele olhou pela janela e pensou...
estamos todos aqui.
A chuva havia esgotado suas lágrimas e uma fresta de nuvens deixava passar um tom azul de céu tímido.
Todos os pedaços de sua vida estavam reunidos num suspiro de memória que ali se aglutinara. Ele deixou muitas coisas para trás.
Escolheu seu caminho e o que levar na bagagem.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cajuína

Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina

Caetano

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Preciosos são os minutos não vividos,
aqueles apenas desejados,
enfronhados entre dentes.
À espera de um relâmpago que levante a luz,
são sementes que dependendo do vento
germinam
ou viram memória olfativa de um tempo.
Vivê-los não existe, pois seriam outros que não aqueles desejados.

domingo, 13 de setembro de 2009

Jasmins


SDC10671
Upload feito originalmente por Luciana Lima Fotos
As flores filtram o som da rua.
Abro a janela pela manhã e
sonho que os gritos indefiníveis que me acordaram noite passada não passaram de um pesadelo.
Mas dura pouco esta brisa.
Nas ruas, dia ou noite, só tenho ouvido gritos.
Pessoas perdidas, crianças perdidas.
A rua está um caos.
A vida está um caos.
E alguns minutos de perfume não me embriagam o suficiente.
Olho pra baixo e percebo dois homens, um deles com um carrinho de bebês com duas crianças dentro. Uma com meses e a outra que partilha a cadeira com no máximo dois anos. Os dois, homens, visivelmente drogados, abordam e pedem dinheiro aos motoristas que estacionam seus carros na rua.
A geração destes homens foi perdida, e a das crianças? Será?
Não sei se fazer minha parte é o suficiente. Onde está a ponta deste novelo embolado que não nos deixa criar uma sociedade justa? Dar uma casa a alguém que não vai poder sustentá-la, criar seus filhos e ter seus jasmins, margaridas, azaléias, na janela me parece um sonho torto.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

casa


Casa
pode ser pequena
ter irmãs iguais ao lado uma da outra
ser azul, verde ou preta
de pedra vidro ou vento
no alto do morro
debaixo da ponte
casa
é o canto onde encontramos nós mesmos

educação

Esse assunto carece de uma mesa de bar rsrs

Na minha opinião, a educação de uma pessoa deve passar primeiro pela família, pai e mãe ou seus substitutos diretos. A escola entra como apoio de acordo com a orientação de cada família que obviamente escolhe (quando é possível) a escola que mais se aproxima da sua linha de pensamento. O que ocorre hoje, com a transformação da estrutura da família, dois pais, duas mães, várias babás, pais que trabalham fora o dia todo, falta de outros membros da família presentes como avós ou tios já q as famílias são menores e a tendência hoje é que todos trabalham fora e não ajudam mais uns aos outros, isso tudo acaba inevitavelmente dispersando um pouco, multiplicando as referências das crianças, nos faz perder o controle do que eles aprendem e nos obriga a mudar também a estrutura da educação.
O que não podemos é deixar esta responsabilidade na mão de outros. Mesmo que de confiança ou orientados por nós. As crianças precisam se sentir seguras, confiar nos pais para aprender a dar valor ao respeito, ao seus irmãos, à família e ao vizinho, e tudo isso se tem a partir do exemplo de Pai e mãe que são o motivo de orgulho das crianças. Sempre seremos seus espelhos e modelos a seguir.Educação, conceitos de moral, valores, são bens culturais que são transferidos pela família seja ela natural ou não. Entenda-se por família o núcleo de criação da criança onde ela se sente em casa e segura, onde ela encontra amor e apoio e um exemplo a seguir. A escola por melhor que seja nunca vai substituir a família. O pai e a mãe devem estar sempre presentes, participando da criação dos filhos, decidindo e orientando. Mais até, mostrando ao seu filho que ele o ama e por isso se interessa, se preocupa e que ele é importante. Escola e babás, são ferramentas e devem acrescentar e não suprir.

Educar é difícil e não é uma tarefa que pode ser transferida para a escola.

domingo, 26 de julho de 2009

Mestre Chico

Não chore ainda não,
que eu tenho uma razão
Pra você não chorar
Amiga, me perdoa,
se eu insisto à toa
Mas a vida é boa para quem cantar

Fim de tarde de inverno

Parece falso, não é?

Olho para o outro lado...
é mais seguro.

Mas é de verdade a emoção que senti percorrer minha pele,
como a árvore que tem a cor alterada pela luz contra o céu de 18horas;
É verdadeiro o arrepio na espinha;
É real a brecha de luz que vi vencer o teto de pedra do abrigo;
Aqueles breves minutos de consciência e medo antes de descer da montanha russa.
Me vi ali, observando os dois e me transportei no tempo e no espaço;
Resgatei o que sou eu de verdade;
Senti que estou aqui novamente;
Não sou mais aquela de antes;
Mas sou eu, apenas a outra de mim mesma.
Ainda tenho medo.
Mas já quase posso debochar dele, olhá-lo nos olhos e pular na água sem destino.

domingo, 19 de julho de 2009

O labirinto


Acho que acabo de me transformar em uma pessoa melhor.
Devo estar no caminho certo neste labirinto de Alice.
Passei anos teimando, sofrendo e... brincando, tive a maior lição de tranquilidade de toda a minha vida.
Esse brinquedinho, nada inocente, testa nossa habilidade motora quando tentamos colocar as três bolinhas de chumbo no meio do labirinto. Mal sabia eu que além da agilidade, ele exige também um estágio superior de consciência e desapego.
Comprei um monte deles no Saara esta semana para as crianças que viriam à festa de aniversário de minha filha.
Ela me pediu um, eu dei.
Me pediu para ensiná-la a jogar e eu declarei minha incompetência. Nunca havia conseguido enfiar o raio das bolinhas no meio do labirinto.
A criança insistiu. Me rendi. Me entreguei esperando momentos de frustração. E depois de tentar algumas vezes sem sucesso, me deixei levar pela brincadeira.
Desisti de querer colocar as 3 bolinhas nervosas ao mesmo tempo no miolo do jogo e ... Pronto estava feito o milagre.
Em menos de 3 minutos lá estavam as 3 bolinhas no centro do labirinto. A pequena me olhou, orgulhosa da mãe, e mal sabia que eu estava mais ainda da minha façanha.
Sou teimosa mas acho que entendi o recado.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Estado de Choque Choque de Ordem Ordem de Estado

Minha arrogância cultivada, não tem mais paciência para choramingos de egos impertinentes travestidos de títulos.
Agradar a família, aos amigos ao namorado, aos filhos, ao chefe, e ainda olhar no espelho e me ver de verdade não são coisas compatíveis.
O que vejo na janela quando cruzo a outra dimensão, é tristeza e pessoas sem os pés no chão e sem chão para os pés. Certos uns querendo mais do que podem segurar enquanto outros nem chegam perto de saber que podem querer.
Quando a liberdade do outro vai permitir a realidade do um? Quando as vozes e olhares vão estar na mesma direção?
Aquela criança na rua que deveria ser filha de alguém, que por sua vez também nunca teve seus pais, não tem nenhum direito. Nem sua pátria que é sua terra é sua. Enquanto do outro lado da rua pessoas que não dizem coisa com coisa inventam um mundo egoísta e fictício para poderem dormir a noite.
Meu trabalho é acreditar. Acredito na vida, nas pessoas, no futuro e no fim, quando tudo sempre dá certo. Quero crer que posso fazer diferença. Se eu perder esta lanterna, me perco no escuro desta dimensão fria onde o eu é mais importante que o todos e todas.

domingo, 5 de abril de 2009

TRADUZIR-SE

Ferreira Gullar

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
_ que é uma questão
de vida ou morte
_será arte?

terça-feira, 3 de março de 2009

o Farol

sua luz sempre à vista
de longe guiando o vento.
.. mais longe
.. mais perto
.. outras gaivotas
.. outros barcos
o tempo.
As ondas, nem sempre seguras, em rima
permanecem tranquilas.
A luz está lá
pra quem quiser,
encontrar o caminho.
Um perfume de porto atrai maus pensamentos.
Me atiro nágua
explodo em tolices,
engulo o oceano.
e sigo em frente em outra viagem.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

sábado, 3 de janeiro de 2009

2009

Love me or leave me and let me be lonely
You wont believe me but I love you only
Id rather be lonley than happy with somebody else
You might find the night time the right time for kissing
Night time is my time for just reminiscing
Regretting instead of forgetting with somebody else
Therell be no one unless that someone is you
I intended to be independently blue
I want you love, dont wanna borrow
Have it today to give back tomorrow
Your love is my love
Theres no love for nobody else
Say, love me or leave me and let me be lonely
You wont believe me but I love you only
Id rather be lonley than happy with somebody else
You might find the night time the right time for kissing
Night time is my time for just reminiscing
Regretting instead of forgetting with somebody else
Therell be no one unless that someone is you
I intended to be independently blue
Say I want your love, dont wanna borrow
Have it today to give back tomorrow
Your love is my love
My love is your love
Theres no love for nobody else