quarta-feira, 20 de junho de 2012

Nó venta e desata

No ventar dos dias
a mão espalmada em vela
sente o tempo por entre os dedos.
Os nós se desatam
e um assobio retorna na memória.
O chegado fica
e não mais vai embora.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mais um dia

Os pés deslizam
a saia suspende na ponta dos dedos
a musica entra pela pele e faz o corpo dançar sem freio
Ele observa e sorri.
Resta pouco tempo.
Ela está feliz,
mesmo sabendo que em minutos estará às lágrimas.
Suas mãos trataram de memorizar cada toque.
Seus olhos fixaram sua imagem na retina,
para que assim resista gravada por todo o fim de semana.
Suas memórias foram ativadas e
o doce aroma das férias do passado se fez presente
como bálsamo para sua alma atormentada com a
realidade da espera.



segunda-feira, 4 de junho de 2012

O tempo é fragmento

grão

acumula e concentra,
aglutina em pequenas gotas,
semente que germina
quando tem que germinar.

Passa como o vento
levando folhas e lençóis.
Morde e fere,
cura e guarda.

O tempo não existe,
quando juntos os amantes.
Mas a espera angustia,
cega e apavora  na distância.

Distância que separa continentes
Distância no olhar de quem está na frente
Distância que não se mede
na urgência do beijo.

Beijo que une duas pessoas
que rompe com o tempo e o espaço
transformando a vida
movendo sem tirar do lugar.

os amantes

que juntos,
no querer e na coragem
sem tempo e sem distância
seguem de mãos dadas para viver mais um dia.