quarta-feira, 20 de março de 2013

365

Lá se foi.
Número marcado
Tempo acabado
Esperança manca
Três pontos perdidos na história...

domingo, 3 de março de 2013

Grito

De dentro, o nó que aperta o coração
quer estourar as paredes da caixa.
Há tempos atado
sem eco,
sem ar,
sem luz,
sem.

Se o peito gritar, GRITAR! você vai escutar?
Ou surdo, vai seguir indiferente?

Dor!
Não me cabes mais.

Dor!
Sem nome,
sem voz,
aprisionada e coagida a deixar de ser.

Dor!
Obrigada a fingir que não dói.
E até fingiu, obediente e iludida.

Não!
As máscaras não te esconderam tão bem.
Os anestésicos não te esvaziaram nem uma gota do amor aprisionado.
Suas ondas agora, devoram a areia por baixo dos muros de pedra.
O punho bate na parede sangrando as mãos até abrir uma janela.
E o som prisioneiro da minha voz sairá.
Vai ecoar ou seguir no silencio?
Não importa.
Só precisa gritar.
Gritar que ainda está aqui.
O vento me acorda.
Olho pela escotilha e lá está ela novamente.
A Praia.
Quase um ano depois, os acontecimentos vão fazendo aniversário.
Um após o outro.
Um nome, um bar, um cartão, uma morte, uma festa.
Me transportam.
Me embalam.
Me corrompem.
Me convencem de que a atmosfera é de retorno.
Mas olho para a areia e a praia está vazia.
Devo ter voltado um dia antes.
É isso. Fico aqui mais um dia.
A espera da hora certa de desembarcar.
Só mais um dia.