sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Drexler pela manhã
Al Otro Lado del Río
Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
El día le irá pudiendo poco a poco al frío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
Sobre todo creo que no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío
Oigo una voz que me llama casi un suspiro
Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a
En esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
Yo muy serio voy remando muy adentro sonrío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
Sobre todo creo que no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío
Oigo una voz que me llama casi un suspiro
Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a
Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Seguindo viagem
Mapas não tenho.
Me guio mais facilmente de olhos fechados.
Tenho uma bússola aqui dentro.
Meu coração
Lá de cima, da Gávea, a razão as vezes grita:
Páaaaaaara!
E ele para por uns instantes.
Prende a respiração.
Fica quieto.
Espera a razão se distrair com outras coisas
... e retoma seu ritmo.
Corre atrás de uma saudade,
sufoca a garganta e quase salta pela boca com gosto de lágrima.
Depois canta e encontra de novo sua frequencia.
Sem mapas, sem manual de instruções, sem lei.
Se perde e se encontra.
Todo santo dia.
As velas iluminam o caminho.
E dele, guardo a memória, as vezes uma pedra, uma folha, uma concha, uma história.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
O sorriso na escuridão
Coragem, para meus oito anos, era ir ao banheiro sozinha nas noites insones de pesadelos.
Para os 13, era me deixar levar pelo primeiro amor.
Para os 14, era deixá-lo ir embora e me jogar no mundo a procura de mim.
Quando aos 23 resolvi casar era ao mesmo tempo um ato de coragem e de completo pavor de ficar sozinha comigo mesma.
As escolhas nem sempre são simples e imediatas. O medo de ir por um caminho e perder o outro nos paralisa diante da porta aberta, do carro engrenado, da mão estendida.
Os anos foram passando, as coragens foram mudando de cor, de tempo e de forma. Algumas desistiram de mim, outras demoraram a amadurecer. Acho que não reguei corretamente e a cura foi tardia.
Tem coragem que já nasce com a gente, tem coragem que se aprende a ter. Tem coragem para uns que é medo para outros e tem coragem que se cria do medo. Eu nem menstruava ainda, mas já sabia que ia ter um filho. O medo de uma cesariana, que vi uma tia recém parida levar mais de um mês para se restabelecer, me criou a coragem de acreditar que, para mim, não haveria melhor opção que um parto mais que natural mesmo este sendo tão assombrosamente pintado e descrito como a maior das dores do mundo.
A coragem é volátil, os medos o vento e não há melhor sensação do que aquela que se percebe quando um medo antigo se transmutou em coragem e naturalmente aquilo que era impossível de se fazer se torna a mais nova realidade da vida. Basta chegar a hora certa, o momento da escolha entre pular ou dormir.
Coragem não é um ato irresponsável movido por um mero e insignificante impulso. Coragem se cultiva, se dá atenção, se respeita, se busca lá de dentro. Como aquela que depois dos trinta anos nos faz olhar para o espelho e sem as máscaras usuais dizer: Agora acabou a brincadeira. Vamos ter uma conversa olho no olho. Quem dá ouvidos a essa coragem e sai no dia seguinte nu, vai descobrir que ganhou mais uma ferramenta de sobrevivência, a aceitação do imperfeito.
Ainda tenho muitas coragens no meu canteiro esperando rega e uma conversinha de pé de ouvido. Tenho alguns medos também, que serão muito úteis para alimentar a coragem e desafiar o orgulho. O importante é que em qualquer tempo, é possível se ter nas mãos sua coragem e fazer o que se quer com ela. Seja mudar de profissão, enfrentar pela primeira vez uma platéia, realizar um sonho de infância, experimentar algo novo e impensado como viajar sem rumo ou viver mais quarenta anos ao lado de quem se ama.
Tudo é possível, especialmente numa noite em que a lua sorri para você.
domingo, 9 de setembro de 2012
Clarice para um domingo
Clarice Lispector . Felicidade Clandestina
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