segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quando eu crescer quero ser diferente

Quando eu era criança, gostava do iogurte de maçã.
Aquele que vinha numa cartela com outros quatro de morango e um de coco.
Era único!

Meu sorvete favorito era o de passas ao rum da Kibom.
Eu ainda não conhecia o chocolate amargo.

Eu tinha um urso de dormir.
Ele ainda existe em farrapos guardado no armário.
Condenado coitado.

Chico, Caetano, Bethania, desde sempre.
Pelo menos em alguma coisa nós concordamos.

Robocop? Não, Jacques Tatit.

Passeios de férias ao centro da cidade.
Brincava de pular os degraus do Ministério da Fazenda dois a dois.
Contava os azulejos decorados do painel do MEC.
Me premeditava, um dia vou andar por aqui apressada e importante.
Apressada muito, importante não tanto.
Quando conquistei minha liberdade, foi para o Centro que corri.

Ainda sinto o cheiro daquela cidade e não era o mesmo de hoje.

Casar, eu? De jeito nenhum.
Só se for na praia. Ou num relicário.
Quero morar sozinha.
Carro? Não, moto.
...

Tudo isso porque fui hoje fazer compras.
Lembrei que sempre fui diferente.

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