segunda-feira, 30 de agosto de 2010

No mar outra vez

Foi como se meu corpo já esperasse por cada movimento, cada pedaço de mim se sentisse confortável e naturalmente se envolvesse em nuvens que navegam no vento sem esforço.
Eu reconhecia aquele destino.
O tempo experimentado com calma num mergulho suave, o perfume preciso e os olhos, sem querer acordar de um sonho, enxergavam através do seu espelho.
Eu poderia ficar ali para sempre.
Dividir um prazer, um sonho, um desejo.
Me tomou.
Me levou embora de um jeito que não consegui evitar.
Não me sentia assim em paz desde muito tempo.
Me levou e ainda não voltei.
Quando acordei, estava num bote à deriva sem entender exatamente o que tinha me virado do avesso.
As mãos se ocupavam perdidas, um vácuo enchia o peito, a pele doía só com a roupa, o ar entrava e não saía. A cabeça latejante evitava outros pensamentos e os dias passavam em cenas de um filme mudo.
Hoje, lembro do gosto do acontecido como quem lembra do mar, que me levou e ainda não voltei.

Um comentário:

VAGABUNDOVERTIGEM disse...

Gostei muito do seu espaço,quando der da uma olhadinha no meu...http://vagabundovertigem.blogspot.com/Se der,deixe um comentário!grande beijo