quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Dilúvio

...
"Reza, reza o rio
Córrego pro rio
Rio pro mar
Reza correnteza
Roça a beira
A doura areia...

Marcha um homem
Sobre o chão
Leva no coração
Uma ferida acesa
Dono do sim e do não
Diante da visão
Da infinita beleza...

Finda por ferir com a mão
Essa delicadeza
A coisa mais querida
A glória, da vida..."

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Fico só observando e me admiro de ver.
Quem é essa?
De onde veio?
Espera, me explica!
O rio flui em águas fartas e rompe com a represa de anos.
Do alto da torre de comando só observo e desfruto
com surpresa e prazer.
Cada dia uma nova luz se deslumbra.
Não só as azuis, mas também as verdes e vermelhas
que noutros tempos não brilhavam.
Sob o sol ou na tempestade,
o corpo vai seguir seu caminho.
Saltando entre as pedras, brincando e voando até, sem fôlego, encontrar lá adiante a alma fujona, rindo distraída.

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